Barreto | Lamussi | Nunes Advogados

Imposição por entrega ágil a um custo mais justo força a revisão das redes de abastecimento

Entrevista de Nataly F. Santos para a revista Logweb. Leia a íntegra

Antes de falar da revisão da malha logística, é preciso lembrar que esta revisão, hoje, atende às necessidades intrínsecas do setor, baseadas nas novas exigências dos clientes, sobretudo no que diz respeito a maior agilidade na entrega a custos mais justos. Mas, quais são os principais desafios que as organizações enfrentam ao buscar atender a esta “imposição” do mercado? Nataly Fernandes dos Santos, sócia da área tributária do escritório Barreto | Lamussi | Nunes Advogados, lembra que, em termos de agilidade na entrega, são muitas as dificuldades encontradas. Mesmo com o avanço que foi exigido pela situação de pandemia, o setor ainda enfrenta dificuldades com fatores alheios aos seus esforços, como a infraestrutura precária, que inclui o péssimo estado da malha rodoviária e zonas de risco em diversas áreas do país.

Além disso, a mão de obra é escassa em algumas regiões do país e os entregadores estão sendo altamente disputados entre as empresas do segmento. Outra dificuldade está na localização dos Centros de Distribuição, que nem sempre ficam próximos ao consumidor final e impactam o last mile. Em relação aos custos, ainda segundo Nataly, estudos recentes apontam que o frete representa 2/3 dos custos da cadeia logística, grande parte disto decorrente do alto custo do combustível, especialmente o diesel.

Agilidade na entrega

Quando se pergunta porque o mercado passa a exigir agilidade na entrega a um custo mais justo, Ozawa, da Aozawa Consultoria, responde: toda a cadeia de abastecimento está com margens bem apertadas. Desde a indústria, os importadores, a concorrência com o mercado exterior – vide situações recentes de varejistas nacionais versus comércio eletrônico estrangeiro –, os distribuidores, entre outros. O comportamento do consumidor tem muito peso nesta exigência encadeada do mercado, seja por preço ou por ações que se tornaram frequentes, como frete grátis. No final, alguém paga essa conta, e não fica somente com a etapa antes do cliente, afeta toda a cadeia. “De fato, a cadeia de Supply Chain como um todo identificou que o custo de entrega para o B2B e/ou B2C é muito alto. E isto impacta margens e, ao impactar margens, faz com diversos players busquem alternativas de entrega com custo menor. Esta pressão faz a cadeia atual repensar o preço praticado”, completa Alessandro, da Abralog.

Nataly, do escritório Barreto | Lamussi | Nunes Advogados, também ressalta que atualmente existem plataformas de compra de fácil acesso, muito intuitivas e ágeis para finalização e entrega da compra. Hoje também boa parte do mercado consumidor se rendeu aos operadores externos, os quais entraram no mercado brasileiro de forma 7 agressiva, muitas vezes operando com margens negativas para se manter no mercado brasileiro. Portanto, as empresas precisam superar os desafios de agilidade e menor custo na entrega para continuarem no mercado.

Encargos tributários

Como se sabe, o sistema tributário brasileiro é muito complexo e a carga tributária atual uma das maiores do mundo. Além da alta carga tributária incidente sobre as operações praticadas – prossegue Nataly, do escritório Barreto | Lamussi | Nunes Advogados –, as empresas ainda são oneradas pela necessidade de terem departamentos fiscais internos ou por terem que contratar terceiros para viabilizar o cumprimento das obrigações tributárias acessórias. Não bastasse isso, a legislação atual é complexa e não acompanha a velocidade da evolução dos negócios, de forma que, muitas operações ainda carecem de um respaldo legal efetivo. Como exemplo, podemos citar a ausência de procedimentos fiscais específicos para as operações de logística reversa, bem como para os serviços prestados pelos operadores logísticos.

Impactos dos encargos tributários

“Com a aprovação da reforma tributária e a unificação dos impostos, o cenário de guerra fiscal entre os estados tende a mudar gradativamente. Como resultado, é provável que tenhamos estruturas e pontos de distribuição mais próximos do cliente final, gerando agilidade e diminuição dos prazos de entrega”, diz Nataly, do escritório Barreto | Lamussi | Nunes Advogados, falando sobre os impactos dos encargos tributários brasileiros sobre a competitividade e a rentabilidade das empresas que atuam na logística.

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